Sempre acompanhando as novidades no campo das psicoterapias modernas, o CHC se interessou por uma novidade desenvolvida recentemente por colegas franceses, o TAC (Thérapie d´Activation de Conscience), em português, a Terapia de Ativação da Consciência.
De acordo com os idealizadores, apoiando-se nas pesquisas de eminentes professores neurocientistas do Collège de France Alain Berthoz, Jean-Pierre Changeux et Stanislas Dehaene, no século 21, graças às neurociências, o foco nos estudos da consciência está transformando a concepção própria da hipnose que deixa de ser – porém isto não é novo – um estado próximo ao sono, mas uma ativação específica da consciência. Em trabalhos científicos o CHC já havia estudado/averiguado este tema em outro contexto, ao fazer um paralelo entre as vias de ativação neural próprias a hipnose e a meditação. (veja em Artigos)
Conforme as descobertas feitas na fase de desenvolvimento da TAC, a consciência não está mais dividida em consciente, inconsciente, subconsciente, mas, ao contrário, se torna um espaço único, não particionado, funcional, sempre ativo, de intensidade variável. Fato este que implica na adequação da técnica “hipnótica”. A ideia de ativação da consciência resulta num novo modelo técnico e terapêutico, complementar ao modelo hipnótico de Erickson.
Neste modelo existem alterações de protocolo já a nível da indução que passa a ser transformado em uma vivencia de autoeficácia com aguçada propriocepção que frequentemente se nota, por exemplo, em lembranças acompanhadas por movimentos.
É interessante, também, o conceito de “ativação”, uma vez que remete o paciente ao papel ativo que tem no seu processo de terapia, além de dinamiza-lo. A TAC, como a hipnose clássica em sua parte central, tende a se concentrar em metáforas ou imagens.
Existem, no entanto, outras diferenças entre as duas práticas, notadamente no que diz respeito ao estado de transe hipnótico que se torna um espaço fundamentalmente dinâmico, como também no momento de saída do mesmo, do qual se elimina qualquer tipo de amnésia, assim como qualquer tentativa dissociativa.
Todos os protocolos propostos tem fundamentos enraizados nas neurociências, tanto, assim, que alguns a intitulam de Neuro-Hipnose.
A TAC tem sido utilizada nos tempos recentes com notável sucesso em preparação pré-cirúrgica, situações de estresse e ansiedade do tipo claustrofobia (exames RMI) ou neste momento de Covid, onde pacientes com problemas respiratórios, precisam fazer exames do pulmão.
No ponto de vista do CHC, abordagens novas geram enorme interesse e é com grande esperança que se espera um corpo de evidencias ainda mais sólido. Entretanto, fica a possibilidade de conjugar o clássico com o novo, sendo este mix determinado pela situação e necessidade do paciente.
Muitos grupos de estudos estão trabalhando na validação científica em grande escala destas novas abordagens com potencial enorme.
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