EMI-EMDR-EFT

Desde as últimas duas décadas do século 20, um número impressionante de abordagens psicoterápicas viu a luz, em parte impulsionadas pelas novas descobertas no campo das neurociências e em outra, baseando-se em conhecimentos e conceitos já existentes que foram levados mais adiante.

Grande parte destas novas técnicas foram desenvolvidas inicialmente por pesquisadores do continente norte-americano. O CHC se colocou como meta de ficar constantemente atualizado nos campos de atuação sérios (longe dos temíveis modismos efémeros) que tangem ou as vezes complementam a abordagem hipnoterápica stricto senso.

Assim as modalidades neuroterápicas:

EMI: (Eye Movement Integration) em português, Integração do Movimento Ocular

EMDR: (Eye Movement Dessensitization and Reprocessing), em português, Dessensibilização e Reprocessamento através do Movimento dos Olhos.

têm, como seus nomes indicam, algo em comum, ou seja, o movimento ocular e seus efeitos comprovadamente benéficos. De fato, em ambas modalidades terapêuticas, trata-se de interagir de forma eficiente com vestígios neurológicos deixados por eventuais acontecimentos traumáticos ou emocionalmente/psicologicamente difíceis na vida do paciente. Pode se postular que uma das origens das abordagens reside na PNL.

A natureza dos movimentos dos olhos

Em geral, a percepção de estímulos visuais pode ser feita a partir de três tipos de movimentos oculares. Em inglês, esses movimentos são chamados de fixação, movimento ocular sacádico e SPEM, ou movimento ocular de busca suave. Fixação é a ação de focar sua atenção em um ponto estacionário. Os movimentos sacádicos dos olhos, por outro lado, correspondem a movimentos rápidos dos olhos, por espasmos. Já o SPEM consiste em seguir lenta e suavemente um alvo em movimento.

Ambas técnicas usam movimentos oculares que se assemelham com aqueles que ocorrem de forma natural durante o sono

E M I

A EMI averigua – baseando-se nos princípios da PNL – a direção do olhar e consequentemente que tipo de informação o cérebro está acessando. Sabe-se que um olhar direcionado para cima acessa as memorias visuais, um olhar a direita ou esquerda acessa conteúdo auditivo e um olhar para baixo, os segmentos dos sentimentos e das emoções.

Foi desta forma que os pesquisadores elaboraram a teoria de que ao “forçar” o paciente a olhar em determinadas direções enquanto este estiver em contato com a lembrança de algum evento traumático ou peso emocional, seria possível de acessar novas e curativas informações sensoriais que de outra forma não estariam acessíveis e/ou integráveis de uma forma nova.

Assim, os movimentos oculares estão relacionados com as áreas cerebrais ativadas e a direção para qual olhamos muda dependendo do sistema sensorial que estamos usando, que estejamos pensando em imagens ou sons, falando com nós mesmos ou tomando consciência de nossas emoções, sentimentos e sensações corporais. Estes processos estão sendo ativados tanto quando estamos lembrando ou imaginando algo.

Os movimentos usados tem 3 funções principais:

  • Cortar, interromper ou “curto-circuitar” o ciclo de feedback neural associado a qualquer conteúdo mental angustiante (pensamentos, sentimentos, emoções ou sensações corporais) que seja baseado em memória ou na imaginação.
  • Integrar ao reprocessar este conteúdo usando todos os sistemas sensoriais
  • Eliminar emoções inúteis/prejudiciais armazenadas

Sem estes pesos de emoções ou sentimentos inúteis, que podem ser trauma, ansiedade, medo, raiva, culpa, vergonha, depressão para nomear só alguns, a qualidade de vida do paciente necessariamente muda de foco e de percepção.

E M D R

A EMDR por sua vez, gera um elemento surpresa quanto às informações/sensações sendo geradas pela movimentação ocular na horizontal. A estimulação bilateral trabalha com cadeias de memória para acessar e tratar as causas-alvo e a raiz de variados problemas de ordem traumática ou emocional. Consiste num conjunto de movimentos oculares executados pelo paciente, enquanto ele foca na carga emocional a ser eliminada.

De acordo com algumas pesquisas recentes, um dos elementos mais importantes do sucesso da abordagem consiste no uso da atenção dupla, o foco em partes de pensamentos/memórias angustiantes ou traumáticos em conjunto com a execução de movimentos oculares sacádicos.

Em uma publicação de 2002, a autora da técnica, Francine Shapiro explica:

“Redes de memória vinculam os pensamentos, imagens, emoções e sensações associadas às experiências. As novas informações que chegam são forjadas com material já armazenado nessas redes. Quando alguém passa por um evento traumático, o processamento das informações pode ser incompleto e as novas informações podem não ser forjadas adequadamente com informações mais adaptáveis que são armazenadas em nossas redes de memória. Assim, os elementos das experiências são armazenados conforme foram recebidos, junto com os pensamentos, sensações e emoções distorcidas que estão associados a eles. As memórias traumáticas são isoladas e não são integradas adequadamente a outras redes de memória ou conhecimento semântico. Pistas externas semelhantes à experiência traumática são capazes de provocar sensações e imagens do evento traumático, de modo que a pessoa revive sentimentos ou sensações corporais.”

Shapiro, F. (2002). EMDR 12 years after its introduction: past and future research. Journal of Clinical Psychology, 58, 1–22

Resumindo, se uma pessoa experimentou algo difícil, violento, angustiante ou traumático e desenvolve sintomas psicológicos como flashbacks de tristeza, medos ou insônia, por exemplo a EMDR pode se averiguar muito útil, principalmente quando em conjunto com outras abordagens.

Este tipo de conteúdo mental fica armazenado no cérebro com muitas emoções na memória longo prazo e como tal potencialmente pode incomodar a pessoa por um por um bom tempo, gerando sensações de impotência e baixa autoestima. O psicoterapeuta pedirá então ao paciente de ativar esta memória que se deslocará consequentemente para a memória de curto prazo, também chamada de memória de trabalho. Concomitantemente o paciente está sendo convidado para seguir com seus olhos os dedos (ou objeto) que o terapeuta EMDR move rapidamente na horizontal em frente aos seus olhos. Lembrando o evento perturbador e seguindo os movimentos do terapeuta, a memoria de trabalho fica processando e reprocessando muita informação, de forma que o impacto emocional negativo, gradativamente diminui.

E F T

A Emotional Freedom Technique ou, em português:  “Técnica de Liberdade Emocional” é um auxílio de cura natural que é usada para: 

Soltar e eliminar emoções negativas do passado e do presente

Estabelecer uma vida livre de estresse e proporcionar uma sensação de paz

Alcançar objetivos desejados e merecidos

A Emotional Freedom Techniques (EFT) é uma versão psicológica sem agulhas de acupressão que se baseia na conexão entre as energias sutis do corpo, as emoções e a saúde. A EFT foi usada com sucesso em milhares de casos, cobrindo uma ampla gama de questões emocionais, de saúde e de desempenho.

Na sua essência, a EFT é uma versão emocional da acupressão na qual certos pontos meridianos de energia são estimulados ao fazer pequenos batimentos neles com a ponta dos dedos enquanto se focaliza numa emoção negativa, como medo, ansiedade ou frustração.

O alívio da emoção negativa é sentido depois de alguns minutos de batidas e batidas contínuas podem instalar novos sentimentos positivos. Usado corretamente, este procedimento é capaz de reduzir a duração do processo terapêutico com um todo.

Tendo em mente que o estresse emocional muitas vezes aumenta sensações de dor, piora doenças e incômodos físicos, a EFT ajuda em proporcionar alívio físico. A EFT pode ser usada para problemas emocionais, incluindo estresse, raiva, medo, frustração, ansiedade, depressão e trauma. Outros usos incluem dor, doenças crônicas, problemas físicos, perda de peso e vícios.

"Ninguém pode construir a ponte para você atravessar o rio da vida, ninguém além de você mesmo." - F. Nietzsche
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